quarta-feira, 25 de março de 2009

Igreja Católica Atrasada Romana!

Eu também não discuto religião, mas abomino hipocrisia. Se a polemica é velha, imagine a doutrina da Igreja Católica que condena o uso de preservativos num mundo infestado de doenças. O pior é que a posição “oficial” é defendida com unhas e dentes pelo Papa Bento XVI, figura máxima dessa entidade retrograda e ultrapassada.

Para defender a tese ridícula, a Igreja alega que o uso de preservativo estimula a pratica de “relações proibidas”. Mas a pergunta que fica no ar é a seguinte: Os pecados se acumulam? Ou seja, quem tiver “relações sexuais em circunstâncias proibidas” pela Igreja se torna mais pecador por usar camisinhas?

Caro freguês, já reparou que a Igreja é sempre a pedra, nunca a vidraça? A Igreja condena tudo. Mas quem condena a Igreja? Pois é, alguém finalmente teve coragem de protestar. Para ironizar a posição da igreja, alguns franceses lançaram preservativos com a imagem de Bento XVI e a inscrição “Eu disse não”. Pois é, eu também digo não para a postura da Igreja.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Que cara é essa Brasil?

Meu caro freguês, já te disse que esse Botequim é poliesportivo, apesar do sedentarismo deste dono que vos escreve? E como amante dos esportes, de maneira geral, (apesar de praticar levantamento de copo em excesso) não poderia deixar de colocar no balcão a minha indignação com o Comitê Olímpico Brasileiro e o Ministério Brasileiro dos Esportes. Duas entidades para inglês ver, se é que me entendem.

Acontece que há dois anos, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ginasta Jade Barbosa e o nadador Thiago Pereira, melhores atletas do País em 2007, festejavam o Prêmio Brasil Olímpico. No mesmo palco, falseando a imagem de um Brasil que respeita seus atletas, o presidente do COB Carlos Arthur Nuzman, e o Ministro dos Esportes, Orlando Silva. Todos eles elegantes e sorridentes, rumo à sólida candidatura do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas em 2016.

Hoje, dois anos depois, o sonho do governo de sediar as Olimpíadas continua. A cara de pau dos principais dirigentes do esporte também. A mesma Jade que anos antes esteve nos braços do COB, agora passa por dificuldades. A atleta, que disputou as últimas Olimpíadas à base de remédios por conta de uma lesão séria no punho, não recebeu seus salários de direito no Flamengo. Também não conta com apoio do COB, principal entidade do esporte no Brasil. E foi abandonada, como vários outros atletas de ponta, pela iniciativa privada.

Sem ter a quem recorrer, Jade foi ao Programa Altas Horas da Rede Globo, para anunciar a venda de camisetas em seu site, pois precisa custear as despesas com o tratamento médico. A comoção do público e dos convidados foi geral, mas não é o suficiente para curar a dor do abandono da ginasta. Seu choro copioso em rede nacional é o reflexo do sofrimento de atletas e atletas em todo o País.

Olimpíadas 2016? Sem condições! Pela ordem de prioridades, sem atropelos, deveríamos cuidar primeiro dos nossos atletas.


Brasil... Mostra sua cara (a verdadeira), ao comitê internacional!
Brasil, que cara é essa?

sábado, 21 de março de 2009

Vivir para Contarlo

Foto de Evandro Teixeira

Talvez por ser demasiadamente popular, o futebol consegue concentrar alguns mitos e preconceitos. Muita gente, principalmente os viajantes da teoria da conspiração, por exemplo, classificam o esporte como um meio de alienação de massa. Outros, no entanto, gênios da objetividade, conseguem ver apenas 22 pessoas correndo atrás da bola. Respeito todas as opiniões, mas acho que o futebol é muito maior que todas as teses e hipóteses. Acho inclusive, que não é possível explicar o futebol, apenas vive-lo.

Abaixo um texto genial, onde o futebol e a vida de uma família argentina se misturam. Ele foi escrito em 2004, por Mirta Bertotti, uma dona de casa de 52 anos, cheia de vida, simpática e carismática, que divide seu tempo entre a cozinha e o computador, onde atualiza o seu “weblog de uma mujer gorda”. Na ocasião, Maradona estava entre a vida e a morte no hospital, reflexo do uso excessivo de drogas.

Viver para contar
Ao Zacarias, o vi chorar três na vida. Quando lhe disseram que Nacho era menino, quando você meteu o segundo nos ingleses e quando te expulsaram da Copa de 94. Assim que, dê-se conta: graças a você descobri que o meu marido tinha sangue nas veias. Por isso, se ele reza, eu rezo. E não me importa se outra vez há de rezar por você. Nesta casa, quando meu marido diz que há que acender duas velas, acendem-se duas velas.

Você não é o santo de minha devoção, já te disse mil vezes; e sempre te achei uma boa bosta porque você é um fanfarrão, um boca suja. O Zacarias me diz que se eu gostasse de futebol seria outra coisa, que você em campo era algo inominável, de outro mundo, eras capaz de enlouquecer as leis da física e bla bla blá. Mas, por esse lado, ninguém me convence. Sou uma senhora, não entendo e nem quero entender de pelotas. Por outro lado, há outras coisas que, sim, entendo. E por essas coisas rezo as noites. Mas atenção: não é por você. Sabe por que rezo? Porque houve momentos em que não tivemos nada sobre a mesa – e você dava alegria a minha família.

Alfonsín estava fazendo estragos e, graças a Deus, justamente nos caiu do céu uma Copa do Mundo, que ganhaste de ponta a ponta. Para mim foi um inverno horrível, porque somente podia servir caldinho de acelga no almoço e no jantar. Mas se hoje pergunto ao Nacho ou Zacarias do que se recordam daquele inverno, eles falam no seu nome, enchem a boca para falar de você, sorriem... Não se recordam de outra coisa, não tem a menor idéia de que passaram fome.

Do lado de fora, na porta da clinica onde respirar por um tubinho, está cheio de jornalistas estrangeiros tirando fotos de um mundo de gente que acende velas e passa a madrugada recitando o rosário. Às vezes me dá um pouco de vergonha que o resto do mundo creia que somos tão simplórios, tão cabeludos. Mas depois me dá vontade de explicar ao mundo que ninguém reza pelo boca-suja, nem mesmo pelo fanfarrão. Tenho vontade de explicar ao mundo que, das poucas alegrias que tivemos nos últimos anos, quase todas vieram com a sua assinatura.

Como nos custa entrar em acordo em alguma coisa, rirmos ou chorarmos pelas mesmas coisas. Como nos custar cantar “Argentina, Argentina” e, ao mesmo tempo, sentir que nosso peito se estufa. E fazer força pelo mesmo, e querer ser os melhores, e se estrebuchar de raiva.

No dia efedrina sai para a rua e, te juro pelos meus três filhos, pela primeira vez na vida vi todo mundo chorando. As pessoas andavam em silêncio e com o muco escorrendo do nariz. Todo um país murcho e mudo. Que esquisitos somos! – pensei. Mas me senti orgulhosa desse sangue que era meu, porque também chorava e não sabia desde quando.

Se até o Caio, que nunca te viu erguer uma Copa do Mundo, tem um pôster seu no quarto dele – e fala de você como se te houvesse vivido. Se até o Nonno te perdoou por ter mandado à puta que o pariu toda a Itália, ao vivo e a cores. Se, inclusive, o Nacho, que odeia futebol, sabe que você é mais que isso, e te defende... Como não vou rezar para que você se restabeleça?

Dentro de muitos anos, os filhos dos filhos da Sofia viverão em um País muito melhor do que o que temos agora. E ninguém se recordará de que era um fanfarrão e um boca-suja. Os livros escolares dirão de você somente o importante: que aqui uma vez nasceu um mestiço que jogava bola como ninguém, e que era capaz de reerguer um povo triste e deixa-lo louco de alegria, de fazê-lo feliz – inclusive nas épocas mais negras. Para que não morra esse sujeito, rezo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O escolhido!

Transfigurado, como um louco do bando, Ronaldo correu como um santo e foi direto aos braços do povo, onde é o seu lugar. Ali, naquele campo, naquele nobre gramado pobre, ressurgiu como um fenômeno avassalador. Um fenômeno de carne e osso. Genial e genioso. Que ultrapassa barreiras. Que derruba o alambrado em emoção copiosa. Nesta feita, em tarde escaldante de domingo, monopolizou as atenções. Súdita e hipnotizada, a bola se rendeu aos seus encantos. Apaixonada, morreu no fundo do gol. Uma morte épica, de sacrifício, aos 47 do segundo tempo. Fruto da gratidão por quem sempre lhe tratou com paixão e calor. A mesma pelota, que antes do ato final, havia se mostrado faceira, quando beijou a trave e arrancou suspiros de gente de toda sorte. Nesse momento, houve quem desejasse ser a bola do jogo. Quem sabe não repousar inerte no barbante? Quem sabe não ser espectadora dos delírios de uma massa fiel?

Mas, as peripécias e artimanhas da bola, do jogo e dos jogadores já caíram no ostracismo. Em letras douradas, nas páginas sagradas do futebol, o que consta é mais um tento fenomenal dessa estrela de nome Ronaldo Nazário “dos campos”. Um nome que já basta, para justificar qualquer exagero. Exagero como os que cometo, na descrição dos seus lampejos de genialidade, em seus resquícios de jogador profissional. Intensidade, retrato da vida desse ídolo. Cheia de acontecimentos, momentos e atitudes impensadas. Recheada de confusão, arrancadas mortais, dribles humilhantes e muitos gols. Repleta de mulheres, paparrazi, escândalos, empresários, negócios e ilusão. Mas o bom mesmo é saber... Que a cada volta por cima, com todas as pressões as suas costas, o que se descobre, é que quanto mais se descobre sobre Ronaldo, menos se descobre Ronaldo. Um menino humilde, de Bento Ribeiro. Canonizado pelo dom divino de jogar futebol. Um garoto em pessoa, que dribla as adversidades com um sorriso serelepe, como quem joga descalço, nas peladas desse meu Brasil varonil.



terça-feira, 3 de março de 2009

Dicionário Lulês

Marisa perguntou a Luis Inácio: O que é leptospirose?
E Luís Inácio respondeu na bucha:Copanhêra, é uma doença que ataca os usuário de lépitópi. É transmitida pela urina do mauzi.
Autor desconhecido