segunda-feira, 9 de março de 2009

O escolhido!

Transfigurado, como um louco do bando, Ronaldo correu como um santo e foi direto aos braços do povo, onde é o seu lugar. Ali, naquele campo, naquele nobre gramado pobre, ressurgiu como um fenômeno avassalador. Um fenômeno de carne e osso. Genial e genioso. Que ultrapassa barreiras. Que derruba o alambrado em emoção copiosa. Nesta feita, em tarde escaldante de domingo, monopolizou as atenções. Súdita e hipnotizada, a bola se rendeu aos seus encantos. Apaixonada, morreu no fundo do gol. Uma morte épica, de sacrifício, aos 47 do segundo tempo. Fruto da gratidão por quem sempre lhe tratou com paixão e calor. A mesma pelota, que antes do ato final, havia se mostrado faceira, quando beijou a trave e arrancou suspiros de gente de toda sorte. Nesse momento, houve quem desejasse ser a bola do jogo. Quem sabe não repousar inerte no barbante? Quem sabe não ser espectadora dos delírios de uma massa fiel?

Mas, as peripécias e artimanhas da bola, do jogo e dos jogadores já caíram no ostracismo. Em letras douradas, nas páginas sagradas do futebol, o que consta é mais um tento fenomenal dessa estrela de nome Ronaldo Nazário “dos campos”. Um nome que já basta, para justificar qualquer exagero. Exagero como os que cometo, na descrição dos seus lampejos de genialidade, em seus resquícios de jogador profissional. Intensidade, retrato da vida desse ídolo. Cheia de acontecimentos, momentos e atitudes impensadas. Recheada de confusão, arrancadas mortais, dribles humilhantes e muitos gols. Repleta de mulheres, paparrazi, escândalos, empresários, negócios e ilusão. Mas o bom mesmo é saber... Que a cada volta por cima, com todas as pressões as suas costas, o que se descobre, é que quanto mais se descobre sobre Ronaldo, menos se descobre Ronaldo. Um menino humilde, de Bento Ribeiro. Canonizado pelo dom divino de jogar futebol. Um garoto em pessoa, que dribla as adversidades com um sorriso serelepe, como quem joga descalço, nas peladas desse meu Brasil varonil.



3 comentários:

Anônimo disse...

Na porta da mercearia que quase nunca fechava, Seu Antonio, que não devia ter mais que 60, estendeu o papel Tilibra, de palavras erradas. A caneta falhou mas dava pra entender mesmo assim: hoje eu não trabalho. Vou ver o Ronaldo jogar. Bom domingo pra bola.


Parabéns, ídolo. Texto lindo. Como foi a "volta" de Ronaldo.


Tony Marlon

July Stanzioni disse...

"Quem gosta de futebol, se emocionou!"

A frase é de Mano Menezes após o derby do último final de semana. Tomo emprestada para dizer que apesar das brincadeiras que tb fiz sobre ele e suas gordurinhas (risos) eu também fiquei emocinada com R9. Ainda mais pelo fato histórico que o gol dele representa.

Tenho uma inveja boa dos meus amigos repórteres que estiveram lá e viram AO VIVO o feito.

Como é bom ver a história acontecer a sua frente, como é bom ver a felicidade de alguém, como é bom RECOMEÇAR....

Beijos

P.S. Reeee, lê e comenta o meu blog tb.rsrsrs

Roberto, Sempre Flamengo! disse...

e viva o Gordo bem longe da Gávea, ufa esse gordo me assustou por uns meses dizendo que queria vestir a camisa do mengão