quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Senhor Centenário

Marcelinho,
Conquistastes milhões de fiéis através de seus pequenos pés de anjo e não de sua boca infernal. Através de sua fé no manto alvinegro e não de sua dissimulada campanha de "Atleta de Cristo". A torcida cansou de sambar com a lembrança de tuas jogadas, mas não se lembra de uma só canção do meteórico grupo gospel. Até o microfone tentastes, mas o talento com a bola sempre falou mais alto. Aliás, bola que sempre te obedeceu cegamente, hipnotizada, que sempre fez curvas inusitadas e sinuosas a caminho do gol. Bola que muitas vezes contrariou as leis da física e buscou as redes com a determinação de um míssil teleguiado. Gol de anjo, letal, que faz explodir a arquibancada. Quantas pinturas para a posteridade saíram destes pequenos pés de número 36? Nem Paulo Machado de Carvalho, que dá nome ao Pacaembu, conheceu cada centímetro daquele gramado de forma tão íntima. Marcelo Pereira Surcin honrou como ninguém a glória e a dádiva imortal da segunda pele alvinegra. Que belo "the end" para encerrar uma brilhante carreira, tão majestosa como as perfeitas cobranças deste pé sagrado nas tarde de domingo.
Marcelinho Pé de Anjo, rogai por nós sofredores, agora e na hora da Libertadores. AMÉM!

Um comentário:

Roberto, Sempre Flamengo! disse...

Por que não contrataram o cara?