segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Boa noite e boa sorte!

Explosões monumentais, disparos ininterruptos e perseguições de tirar o fôlego no melhor estilo hollywoodiano. Aposto, meu caro freguês, que era isso que todos esperavam de um filme dirigido por George Clooney. Ledo engano! Boa noite e boa sorte é uma grata surpresa e destoa-se com louvor dos modelos comerciais aclamados pelo grande público.
A riqueza da produção não está no orçamento (esse reduzido), mas nos detalhes que desnudam a sensibilidade de um cinema alternativo e nem por isso menos belo e oportuno, desde o charme estético do preto e branco aos diálogos firmes e inteligentes.

A trama é baseada em fatos reais e ambientada nos Estados Unidos pós-guerra da década de 50, quando o repórter televisivo Edward R. Murrow resolve combater a perseguição, sem escrúpulos, do Senador Joseph McCarthy, aos “supostos comunistas incrustados no seio da nação americana”.

E melhor do que contemplar a beleza técnica da produção é repensar o valor conceitual dessa obra que transparece um dos mais antigos dilemas do jornalismo mundial: liberdade de imprensa.

Para defender a liberdade de expressão e os direitos individuais dos cidadãos, Edward R. Murrow, (brilhantemente interpretado pelo ator David Strathairn), foi pressionado por patrocinadores e pelo dono de sua própria emissora (CBS), que temiam a veemência das palavras e críticas polêmicas dirigidas ao senador.

Irredutível, o experiente jornalista não retrocedeu em nenhum momento e provou a força e honradez de uma imprensa combativa. A mensagem explicita é um soco no olho do jornalismo bunda-mole que se pratica na maioria das redações atualmente. É isso! Boa noite e boa sorte!

Um comentário:

Roberto, Sempre Flamengo! disse...

acho que é uma boa recomendação, vou caçar esse filme, valeu!