sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Eterno Fenômeno!

Caro Freguês... Parece que foi ontem... No berço do subúrbio carioca nasceu um fenômeno de nome Ronaldo. Talento assombroso, o garoto foi dos campinhos de Bento Ribeiro para o Cruzeiro de Minas Gerais. Arrancadas mortais, dribles humilhantes, controle infalível de bola. Gol a gol, uma estrela se desenhava no olimpo dos Deuses eternos do futebol. Jogo a jogo um menino careca de dentes separados arrastava multidões para o Mineirão nas tardes de domingo.

O Brasil ganhou um novo rei da bola, um xodó, um craque para chamar de seu. Mas os tempos são outros e o capital europeu o levou de nossos gramados por 14 anos. Com a triste partida, faleceram todas as esperanças de reviver os tempos românticos desse esporte bretão. Mas aqui, nessa terra tupiniquim, jamais o esquecemos, pelo contrário, acompanhamos cada passo numa prova de amor incondicional. Tão incondicional que beira o ódio.

Numa simbiose maluca, uma mescla de sentimentos, colocamos sobre as suas costas o peso da derrota de 98. Pusemos sob judice o seu reconhecimento mundial. Falamos mal de seus carrões, de suas mulheres e de seus cortes estranhos de cabelo. Agimos como pais autoritários e repressores. Tomamos a sua vida para nós. Fizemos piada com a sua aparência, com seu estilo de vida, com a sua barriga de chope e com os seus mais conhecidos escândalos.

Nesses momentos, esquecemos que esse menino chamado Ronaldo (como tantos outros por aqui), é um orgulho para o Brasil, um exemplo para o mundo. Mas a nossa ignorância de torcedor insiste em ofuscar a glória do maior artilheiro da história das Copas. Com isso, por vez e outra, apagamos de nossa memória a imagem de um homem, que com o joelho a meia bomba, trouxe de volta a taça que o culpamos de perder quatro anos antes.

Mas, como um dia disse Shakespeare: Na batalha do ódio com o amor a vítima é cúmplice do criminoso. Quer saber a verdade? No fundo sempre o amamos. No fundo ele também se sente amado. Escolheu o Brasil para mostrar os últimos lampejos de sua genialidade e os últimos suspiros de sua carreira como astro de futebol. Eu vou torcer como sempre! Amando ou odiando, sem meio termo... Como os verdadeiros notáveis merecem!

Força Fenômeno!

3 comentários:

Gomão Ribeiro disse...

Que texto hein...meus mais sinceros parabéns.Fazia tempos que não lia algo tão genial e de bom tom.Agora é torcer para que outros grandes jogadores do país do futebol voltem.Imaginem só um Ronaldo Gaucho de volta ao Grêmio ou mesmo outro grande,o Kaká mais uma vez com a camisa do São Paulo e tantos outros que se foram cedo e que podem estar com a bagagem pronta para voltar ao Brasil.Mais uma vez parabéns pelo texto...e viva Ronaldo Nazário,viva o futebol e o espetáculo.

Evandro Barbosa disse...

Grande Rogenski,
Texto fera! Desfilou em poucas linhas a trajetória de um craque que vislumbra um "happy end" inesquecível. Tomara. Por tudo o que ele passou, merece. E não digo nada se começar a "destruir" de novo e reacender a probabilidade de voltar à seleção.
Abraço e sucesso!!!

Roberto, Sempre Flamengo! disse...

UFA!! Ainda bem que não pro meu Mengão